Acromegalia: sintomas, causas e tratamento

Como endocrinologista com experiência no acompanhamento de pacientes com distúrbios hormonais, posso afirmar que a acromegalia representa um dos maiores desafios diagnósticos em minha prática clínica.

Esta doença rara, que afeta aproximadamente 4 pessoas a cada 1 milhão por ano, é caracterizada pelo excesso de produção do hormônio do crescimento (GH) e do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1).

Continue a leitura e entenda em mais detalhes essa condição, os sintomas, como é o diagnóstico e o tratamento!

O que é acromegalia?

Acromegalia é um distúrbio caracterizado pelo crescimento anormal de ossos, cartilagens e outros tecidos após o fechamento das cartilagens de crescimento.

Quando o excesso do hormônio ocorre na infância, recebe o nome de gigantismo. Em adultos, causa aumento das extremidades, alterações faciais e pode desencadear diversos sintomas sistêmicos.

Sintomas

Os sintomas surgem de forma lenta e incluem:

  • Aumento de mãos e pés.
  • Mudança no formato do rosto (testa, mandíbula e nariz mais proeminentes).
  • Espaçamento entre os dentes.
  • Crescimento de órgãos internos.
  • Sudorese excessiva.
  • Pele oleosa.
  • Dores nas articulações.
  • Alterações na voz.
  • Apneia do sono.
  • Dores de cabeça.

Em alguns casos, aparecem sintomas metabólicos, como diabetes e hipertensão.

Causas

Na maioria dos casos, a acromegalia é provocada por um adenoma da hipófise, um tumor benigno que estimula a produção exagerada do hormônio do crescimento (GH) e do IGF-1.

Tumores em outras regiões, como pulmão, pâncreas ou glândulas suprarrenais, podem ser causas raras.

O crescimento do tumor pode causar sintomas neurológicos, como dores de cabeça e alterações visuais.

Como é feio o diagnóstico

Quando um paciente chega ao meu consultório, a suspeita de acromegalia geralmente surge durante o exame físico, especialmente quando observo características faciais típicas ou quando o paciente relata sintomas como crescimento das extremidades, sudorese excessiva ou ronco intenso.

Exames laboratoriais dos níveis de IGF-1 e hormônio do crescimento ajudam a confirmar a doença.

A ressonância magnética é usada para localizar e medir o tumor hipofisário. Outros exames podem avaliar possíveis complicações, como exames cardíacos e testes de função metabólica.

Como tratar

O tratamento depende do tamanho e localização do tumor, além do quadro clínico.

A cirurgia para remover o adenoma é a principal abordagem quando possível, com taxas altas de sucesso em tumores pequenos.

Medicamentos como análogos da somatostatina, agonistas da dopamina e antagonistas do receptor do GH ajudam a controlar os níveis hormonais.

Radioterapia pode ser indicada em casos específicos ou quando a cirurgia e medicamentos não têm efeito completo.

Prevenção

Não existe uma forma de prevenir a acromegalia. O diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento são as melhores formas de evitar complicações e garantir melhor qualidade de vida.

Conclusão

A acromegalia continua sendo um desafio diagnóstico e terapêutico em minha prática como endocrinologista.

A experiência clínica me ensina que o diagnóstico precoce é fundamental para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.

Durante anos acompanhando meus pacientes, posso dizer que o tratamento da acromegalia vai além da normalização hormonal – requer uma abordagem humanizada que considere os aspectos físicos, psicológicos e sociais da doença.

A combinação de cirurgia, medicamentos e acompanhamento multidisciplinar oferece as melhores chances de controle da doença e manutenção da qualidade de vida.

FAQs

Acromegalia tem cura?

Em muitos casos, a acromegalia pode ser controlada ou até curada com cirurgia e tratamento adequado. A taxa de cura é maior para tumores pequenos e localizados.

Quais são as complicações da acromegalia?

Entre as principais complicações estão diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, alterações articulares e problemas de visão, além do impacto na qualidade de vida.

A acromegalia pode diminuir a expectativa de vida?

Se não tratada, a acromegalia pode reduzir a expectativa de vida devido às complicações associadas. Com acompanhamento adequado, o prognóstico melhora significativamente.

Como saber se tenho acromegalia?

Sinais como aumento do tamanho das mãos e pés, mudanças faciais e sintomas metabólicos devem motivar uma avaliação com endocrinologista para investigação e exames hormonais.

Dra. Camila Farias
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Dra. Camila Farias
Dra. Camila Farias

Especialista em endocrinologia em Goiânia, oferecendo consultas presenciais e online. Atua no tratamento de diabetes, obesidade, disfunções da tireoide, menopausa e demais distúrbios endócrinos.

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