Adenoma adrenal é um tumor benigno que se desenvolve nas glândulas adrenais, localizadas acima dos rins.
Na maioria dos casos, não causa sintomas, mas pode provocar desequilíbrios hormonais quando há produção excessiva de hormônios.
O meu objetivo enquanto médica endocrinologista é esclarecer todas as dúvidas dos meus pacientes, e pensando nisso, abordarei neste artigo as causas, sintomas e tratamento de adenoma adrenal, visando proporcionar mais qualidade de vida e saúde hormonal.
O que é adenoma adrenal?
O adenoma adrenal é um tumor benigno que surge no córtex das glândulas adrenais, as quais produzem hormônios importantes, como cortisol, aldosterona e andrógenos, que participam do controle do metabolismo, pressão arterial e resposta ao estresse.
O adenoma geralmente é pequeno e, muitas vezes, descoberto por acaso em exames de imagem feitos por outros motivos. Quando não provoca alterações hormonais, o tumor é considerado não funcional.
Tipos de adenomas adrenais
Os adenomas adrenais podem ser classificados como não funcionais, quando não produzem hormônios, ou funcionais, quando levam à produção excessiva de alguma substância.
Entre os funcionais, destacam-se os adenomas produtores de cortisol (relacionados à síndrome de Cushing), de aldosterona (hiperaldosteronismo primário) e de andrógenos (mais raros, podem causar sinais como aumento de pelos e acne).
Causas
As causas do adenoma adrenal ainda não estão totalmente esclarecidas. Na maioria das vezes, o tumor aparece de forma esporádica, sem relação direta com fatores externos.
Algumas síndromes genéticas, como neoplasia endócrina múltipla tipo 1, síndrome de Gardner e Li-Fraumeni, podem aumentar o risco.
Outros fatores associados incluem idade (mais comum a partir dos 40 anos), obesidade e hipertensão.
Sintomas
Grande parte dos adenomas não causa sintomas e só é identificada por exames. Quando há produção hormonal em excesso, sintomas podem surgir, como:
- Hipertensão arterial difícil de controlar
- Ganho de peso inexplicado
- Fraqueza muscular
- Estrias roxas na pele
- Aumento de pelos no corpo, acne e queda de cabelo em mulheres
- Irregularidade menstrual
- Fragilidade capilar e hematomas
- Níveis altos de glicose no sangue
Na maioria das vezes, os adenomas são silenciosos. Sintomas importantes costumam aparecer apenas nos casos funcionais.
Por isso, enquanto profissional de endocrinologia e metabologia, recomendo avaliações periódicas quando há fatores de risco ou exames alterados.
Diagnóstico
O diagnóstico do adenoma adrenal começa pela avaliação clínica e pelo histórico do paciente.
Exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, ajudam a identificar o tamanho, localização e características do tumor.
Exames laboratoriais verificam se há excesso de hormônios, analisando níveis de cortisol, aldosterona, renina e andrógenos.
A distinção entre tumores benignos e malignos depende de fatores como tamanho, crescimento e padrão das imagens.
Tratamento
O tratamento depende do tipo e comportamento do adenoma.
Tumores não funcionais e sem sintomas costumam ser apenas monitorados periodicamente. Já adenomas funcionais ou com crescimento acelerado exigem intervenção.
Nestes casos, a cirurgia para remoção da glândula (adrenalectomia) é indicada, podendo ser feita por laparoscopia.
Em algumas situações, pode ser necessário usar medicamentos para controlar a produção hormonal antes do procedimento cirúrgico. O acompanhamento após o tratamento garante o ajuste hormonal e monitora possíveis recidivas.
Prognóstico
O prognóstico do adenoma adrenal é bastante positivo. A maioria dos tumores é benigna, não afeta a vida do paciente e pode ser acompanhada de perto, sem necessidade de cirurgia.
Quando a intervenção é necessária, o tratamento costuma ser eficaz, proporcionando qualidade de vida e controle dos sintomas.
Conclusão
O adenoma adrenal, especialmente quando funcional, pode afetar profundamente seus níveis hormonais e saúde geral através de diversos mecanismos.
Os efeitos podem variar desde alterações discretas até condições graves que requerem tratamento especializado.
É fundamental realizar uma avaliação endocrinológica completa para determinar se o adenoma é funcional e qual o grau de impacto na sua saúde.
O diagnóstico precoce e tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e melhorar sua qualidade de vida.
Mesmo adenomas não funcionais requerem monitoramento regular, pois podem desenvolver atividade hormonal ao longo do tempo, enfatizando a importância do acompanhamento médico especializado contínuo.
Caso você tenha ficado com alguma dúvida, estou à sua inteira disposição!
FAQs
Adenoma adrenal pode virar câncer?
A maioria dos adenomas adrenais é benigna e não se transforma em câncer. Lesões malignas são raras e apresentam características específicas nos exames de imagem e laboratório.
Todo adenoma precisa ser retirado?
Não. Adenomas pequenos, sem sintomas ou alterações hormonais, geralmente só precisam de acompanhamento regular com exames. A retirada é recomendada apenas para tumores funcionais, com sintomas ou crescimento rápido.
Quais médicos tratam adenoma adrenal?
O acompanhamento é feito por endocrinologista. Em casos cirúrgicos, pode ser necessária a atuação do urologista ou cirurgião especializado.
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