Como endocrinologista, tenho observado em minha prática clínica um questionamento que surge frequentemente entre meus pacientes: hipotireoidismo pode matar?
Esta é uma pergunta que exige uma resposta clara e baseada em evidências científicas, pois envolve não apenas o esclarecimento sobre a condição, mas também o entendimento dos riscos reais quando ela não é adequadamente tratada.
Hipotireoidismo: causas e fatores de risco
Entre as principais causas está a Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune que ataca a tireoide.
Outros fatores são:
- Tratamentos para hipertireoidismo.
- Uso de iodo radioativo.
- Radioterapia.
- Infecções.
- Excesso de iodo.
- Cirurgia de tireoide.
- Alterações genéticas.
- Crianças também podem nascer com hipotireoidismo congênito.
Os grupos de risco envolvem pessoas do sexo feminino, quem tem mais de 30 anos, idosos, gestantes, mulheres no pós-parto, pessoas com histórico familiar, portadores de diabetes e quem já passou por tratamentos que afetam a tireoide.
Sintomas que merecem atenção
O hipotireoidismo costuma evoluir de forma lenta, mas pode provocar diversos sintomas, como:
- Pele ressecada.
- Fadiga.
- Constipação.
- Sensibilidade ao frio.
- Ganho de peso sem motivo aparente.
- Cólicas, dores musculares e articulares.
- Queda de cabelo.
- Unhas frágeis.
- Alterações na menstruação.
- Fraqueza, palidez, sonolência.
- Diminuição da memória e concentração.
- Depressão.
- Atraso na puberdade ou disfunção sexual.
- Olhos inchados, colesterol alto.
Complicações: hipotireoidismo pode matar?
Para responder diretamente à pergunta: sim, o hipotireoidismo pode matar, principalmente quando não é tratado adequadamente ou quando evolui para complicações graves, como:
- Coma mixedematoso.
- Insuficiência cardíaca.
- Problemas respiratórios.
- Dislipidemia.
- Glaucoma.
- Anemia.
- Alterações neurológicas.
Por isso, o diagnóstico e o tratamento são essenciais para evitar complicações fatais.
Prevenção e diagnóstico precoce
Não existe uma prevenção específica para o hipotireoidismo, mas adotar hábitos saudáveis pode ajudar, como:
- Manter uma alimentação equilibrada, com consumo adequado de iodo (encontrado em peixes e no sal de cozinha).
- Realizar atividades físicas.
- Evitar o cigarro.
O diagnóstico é feito por exames laboratoriais de TSH, T3 e T4. Consultas regulares e atenção aos sintomas facilitam o tratamento precoce, aumentando as chances de controle total da doença.
Tratamento e acompanhamento médico
O tratamento é baseado na reposição do hormônio tireoidiano, geralmente com levotiroxina, ajustada de acordo com a necessidade de cada pessoa.
O acompanhamento com endocrinologista especialista em tireoide é indispensável para garantir o controle adequado e evitar complicações.
Nunca faça automedicação ou ajuste de dose sem orientação especializada.
Conclusão
Para finalizar esta discussão, devo ser clara: hipotireoidismo pode matar, mas apenas quando não é diagnosticado ou tratado adequadamente.
Em minha experiência tratando pacientes com distúrbios da tireoide, posso afirmar com segurança que, com diagnóstico precoce e tratamento apropriado, os pacientes levam vidas completamente normais.
O segredo está na conscientização, no diagnóstico precoce e no tratamento adequado. Como endocrinologista, vejo diariamente pacientes que, após o início do tratamento, recuperam sua qualidade de vida e não apresentam mais os riscos associados à condição não tratada.
Se você suspeita ter hipotireoidismo ou conhece alguém com sintomas sugestivos, agende sua consulta para uma avaliação mais cuidadosa.
Com o tratamento correto, o hipotireoidismo deixa de ser uma ameaça e torna-se uma condição perfeitamente controlável!
FAQs
Hipotireoidismo pode realmente matar?
Sim. Se não for tratado, pode causar complicações graves e até fatais, principalmente em idosos, cardiopatas e pessoas com doenças associadas.
Quais são os sintomas mais perigosos do hipotireoidismo?
Fraqueza extrema, sonolência intensa, inchaço generalizado, confusão mental, batimentos cardíacos lentos e dificuldade respiratória exigem atenção imediata.
Quem está no grupo de risco para o hipotireoidismo?
Mulheres acima de 30 anos, idosos, gestantes, pessoas com histórico familiar, quem tem diabetes ou já tratou doenças da tireoide.
Como evitar complicações do hipotireoidismo?
Seguindo rigorosamente o tratamento e realizando acompanhamento médico regular, além de manter hábitos saudáveis.
O que fazer se suspeitar de hipotireoidismo?
Procure um médico para avaliação clínica e exames laboratoriais. O diagnóstico precoce facilita o controle e reduz riscos.
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