O tema ovário policístico desperta muitas dúvidas entre minhas pacientes, e muitas delas buscam informações sobre os riscos e prevenção de complicações.
Um questionamento recorrente é se o ovário policístico pode levar à morte, e meu objetivo com esse conteúdo é explicar de forma detalhada se existe realmente esse perigo, além dos sintomas, tratamentos e como cuidar da qualidade de vida ao conviver com a condição.
O que é a síndrome do ovário policístico?
A síndrome do ovário policístico (SOP) é um distúrbio hormonal comum em mulheres em idade reprodutiva.
Ela causa alterações na produção hormonal, formação de pequenos cistos nos ovários e sintomas característicos.
Sintomas mais comuns da SOP
Os sintomas variam bastante. Os mais relatados entre as minhas pacientes são:
- Irregularidade menstrual.
- Aumento de pelos no rosto, abdômen e seios.
- Acne e oleosidade na pele.
- Ganho de peso e dificuldade para emagrecer.
- Queda de cabelo.
- Dificuldade para engravidar.
- Oscilações de humor, ansiedade e depressão.
Quais são as causas da síndrome?
As causas ainda não são totalmente esclarecidas. Sabe-se que fatores genéticos, resistência à insulina, alterações hormonais e influência do meio ambiente contribuem para o surgimento da síndrome.
Ela costuma aparecer entre 30 e 40 anos, mas pode afetar mulheres mais jovens.
Ovário policístico pode levar à morte?
A SOP, isoladamente, não é considerada uma doença fatal, no entanto, ela aumenta o risco de outras doenças crônicas, como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e alterações do colesterol.
Com base em minha prática clínica como endocrinologista especialista, posso afirmar que, essas condições, se não tratadas, podem elevar o risco de complicações cardiovasculares, que sim, podem levar à morte ao longo dos anos.
O acompanhamento médico e o controle dos fatores de risco são essenciais para evitar o agravamento. Por isso, a síndrome merece atenção, monitoramento frequente e mudanças no estilo de vida.
Complicações mais graves
Embora o ovário policístico em si não leve à morte, existem algumas complicações associadas, como:
- Maior tendência à obesidade.
- Resistência à insulina e risco de diabetes.
- Aumento dos níveis de colesterol ruim.
- Doenças cardiovasculares.
- Infertilidade.
- Quadros de ansiedade e depressão.
Como diagnosticar e tratar o ovário policístico?
O diagnóstico é realizado por meio de avaliação clínica, exames hormonais e ultrassom transvaginal.
O tratamento é individualizado, focando no controle dos sintomas e na prevenção de complicações.
A abordagem terapêutica envolve desde mudanças alimentares, atividade física regular e perda de peso até uso de medicamentos para regular os hormônios e prevenir o diabetes.
Saúde mental e qualidade de vida
Muitos não sabem, mas mulheres com SOP têm maior risco de ansiedade, depressão e baixa autoestima.
O acompanhamento psicológico pode ser importante para lidar com os impactos emocionais e garantir mais bem-estar no dia a dia.
Prevenção de complicações
Quando recebo uma paciente com síndrome de ovário policístico, compartilho algumas orientações que ajudam a evitar complicações mais sérias:
- Manter acompanhamento com ginecologista.
- Controle do peso corporal.
- Alimentação balanceada, com baixa ingestão de carboidratos simples.
- Atividade física regular.
- Monitoramento de glicemia, colesterol e pressão arterial.
- Apoio psicológico quando necessário.
Conclusão
A síndrome do ovário policístico é uma condição que se não tratada pode desencadear problemas mais sérios, como diabetes e doenças cardiovasculares.
A minha recomendação é estar sempre atenta aos sintomas e na suspeita de ovário policístico, consultar um especialista para ter acesso ao diagnóstico correto e tratamento adequado.
FAQs
Ovário policístico pode virar câncer?
O risco de câncer é baixo, mas a SOP pode aumentar levemente o risco de câncer de endométrio, principalmente em casos de menstruação muito irregular e sem acompanhamento.
Quem tem ovário policístico pode engravidar?
A gravidez pode ser mais difícil, mas muitas mulheres com SOP conseguem engravidar com acompanhamento médico e, se necessário, tratamentos para fertilidade.
SOP tem cura?
Não existe cura definitiva, mas é possível controlar os sintomas e reduzir riscos com tratamento adequado e mudanças no estilo de vida.
É possível viver bem com ovário policístico?
Com acompanhamento profissional e hábitos saudáveis, a maioria das mulheres leva uma vida normal, com qualidade e segurança.
Ovário policístico pode afetar a saúde mental?
Sim, pode aumentar o risco de ansiedade, depressão e insatisfação com a vida, sendo recomendado acompanhamento psicológico quando necessário.
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